Fugir da tecnologia hoje é impossível. Mesmo quem não gosta precisa conhecer pelo menos um pouco do assunto. E quem gosta, precisa sempre estar correndo atrás de novidades, porque essa é uma área que muda constantemente. O programa "Olhar Digital", exibido na Rede TV, aborda esse assunto de uma forma muito leve e explicativa. São exibidas matérias sobre as diversas áreas de tecnologia, o que inclui softwares, hardwares, internet e até mesmo o mundo dos negócios, afinal, a tecnologia é uma das áreas que mais movimentam o mercado atualmente. Ele é comandado pela apresentadora Marisa Silva, aos domingos a partir das 15:30.
Site do programa: http://olhardigital.uol.com.br/
domingo, 31 de outubro de 2010
Mastigações
Sentou-se no chão do quarto, com a cabeça encostada na cama, as pernas esticadas imóveis e o olhar perdido no teto. Ao fundo, ouvia o refrão de uma música do Kansas, que ironicamente dizia "Dont't cry no more". Para ela, tudo aquilo parecia uma cena melodramática de um filme adolescente qualquer. Mas no fundo, já conhecia muito bem esse seu modo de encarar suas intermináveis divagações: mastigando lentamente.
Era uma constante em sua vida. No ônibus, no trabalho, no almoço, no "happy hour" com seus poucos amigos, no banho e na cama, não existia lugar específico, sua mente sempre fervilhava. Não era do tipo falante, por vários motivos preferia guardar suas preciosas palavras para si mesma.
Nos últimos tempos, isso a incomodava muito, pois a sua vida tomava contornos que talvez não permitissem mais as suas "mastigações". Sabia que precisava mudar, mas ainda tentava descobrir extamente por qual motivo. Os motivos que lhe mostravam todos os dias ainda não eram suficientes. Apesar disso, a cada dia deixava escapulir uma palavra, com a esperança de que ela voltasse para o lugar de que saiu com o menor número de arranhões possíveis. Seria isso possível?
Agora ouvia Lobão. "Chove lá fora e aqui, faz tanto frio..." Uma ótima música para olhar perdidamente para o teto. O amor era seu alvo preferido para "mastigações", fosse o antigo, o atual ou o próximo, esse último, o mais preocupante de todos.
Teimosamente, ainda estava ali, sentada no chão da beirada de sua cama. Apesar dos esforços dos últimos dias, não resistia ao turbilhão de sentimentos que a invadiam. O mundo real podia esperar mais uma música.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Quebra cabeça
Sou um quebra cabeça,
de milhões de peças espalhadas.
E a muito tempo comecei a montá-lo,
com as peças mais fáceis de se encaixarem.
Por um período muito longo desisti, e o deixei de lado,
pois me preocupei em jogar outros jogos.
Agora resolvi olhar as peças novamente,
e finalmente vi onde algumas se encaixam.
Tento a cada dia colocar uma peça em seu determinado lugar
e quando paro para ver o trabalho, confesso que me surpreendo.
Confesso também que sempre soube onde algumas peças
se encaixavam, mas não queria montá-las.
Não me agradava o resultado.
Mas sinto que agora preciso ter o jogo completo,
e observo com atenção peça por peça.
O jogo mais difícil de se terminar...
Não me agradava o resultado.
Mas sinto que agora preciso ter o jogo completo,
e observo com atenção peça por peça.
O jogo mais difícil de se terminar...
sábado, 23 de outubro de 2010
Distração
Adoro essa música da Zélia (adoro todas na verdade), mas gosto da mensagem que essa música em especial trás. Existem momentos que precisamos nos distrair, para deixar coisas boas acontecerem.
Distração
Se você não se distrai, o amor não chega
A sua música não toca
O acaso vira espera e sufoca
A alegria vira ansiedade
E quebra o encanto doce
De te surpreender de verdade
Se você não se distrai, a estrela não cai
O elevador não chega
E as horas não passam
O dia não nasce, a lua não cresce
A paixão vira peste
O abraço, armadilha
Hoje eu vou brincar de ser criança
E nessa dança, quero encontrar você
Distraído, querido
Perdido em muitos sorrisos
Sem nenhuma razão de ser
Se você não se distrai,
Não descobre uma nova trilha
Não dá um passeio
Não rí de você mesmo
A vida fica mais dura
O tempo passa doendo
E qualquer trovão mete medo
Se você está sempre temendo
A fúria da tempestade
Hoje eu vou brincar de ser criança
E nessa dança, quero encontrar você
Distraído, querido
Perdido em muitos sorrisos
Sem nenhuma razão de ser
Olhando o céu, chutando lata
E assoviando Beatles na praça
Hoje eu quero encontrar você
O acaso vira espera e sufoca
A alegria vira ansiedade
E quebra o encanto doce
De te surpreender de verdade
Se você não se distrai, a estrela não cai
O elevador não chega
E as horas não passam
O dia não nasce, a lua não cresce
A paixão vira peste
O abraço, armadilha
Hoje eu vou brincar de ser criança
E nessa dança, quero encontrar você
Distraído, querido
Perdido em muitos sorrisos
Sem nenhuma razão de ser
Se você não se distrai,
Não descobre uma nova trilha
Não dá um passeio
Não rí de você mesmo
A vida fica mais dura
O tempo passa doendo
E qualquer trovão mete medo
Se você está sempre temendo
A fúria da tempestade
Hoje eu vou brincar de ser criança
E nessa dança, quero encontrar você
Distraído, querido
Perdido em muitos sorrisos
Sem nenhuma razão de ser
Olhando o céu, chutando lata
E assoviando Beatles na praça
Hoje eu quero encontrar você
(Zélia Duncan)
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
20 anos de MTV
Hoje a MTV comemora 20 anos. Não se pode negar que ela fez história no Brasil, revelando apresentadores e bandas que fazem sucesso até hoje. Mas o minímo que uma emissora deve ter é respeito com seus telespectadores, algo que não é visto por lá. Só para citar um rápido exemplo do que acontece em outra emissora: No SBT, o auditório aguarda o começo das gravações em uma sala com ar condicionado, recebe um belo lanche, participa de sorteio de prêmios e ainda bate um papo com o Silvio Santos antes de começar a gravação (um passeio super legal que eu já tive a oportunidade de fazer há alguns anos :) ) Estive recentemente na platéia do programa Rock Gol, junto com as minhas amigas Juliana e Aline. Mas por incrível que pareça, os produtores não souberam muito bem fazer a conta número de pessoas X números de lugares. POR SORTE conseguimos sentar e tiramos algumas fotos. Mas o lugar...bem, vejam a foto e tirem suas conclusões. Não houve conversa com os apresentadores e convidados, apenas ordens de "batam palmas" e "gritem". Qualidade para mim não é apenas ibope e mídia, é tratar bem aqueles que dão audiência e lucro para a emissora. Nesses 20 anos, parece que a MTV ainda não conseguiu aprender isso.
Desabafo de uma universitária
Durante toda a minha vida, sonhei com o dia em que entraria na faculdade de jornalismo e conseguiria exercer a profissão dos meus sonhos. E como o mundo é fácil e doce em nossos sonhos. Em uma certa época da vida, eu podia acreditar que para conquistar os meus objetivos eu só precisaria de força de vontade. Mas como acontece com todo mundo (em alguma época da vida), a realidade foi jogada nua e crua em minha face. Me tornei uma bendita universitária. Mas isso basta para conseguir a tão almejada profissão dos meus sonhos? NÃO. É revoltante para nós universitários estar na faculdade se esforçando, estudando e perdendo parte de nossas vidas, para chegar nas entrevistas de estágio e sermos cobrados de coisas humanamente impossíveis de serem feitas nesse momento. Muitos pedem experiência na área, mas como vou ter experiência se estou justamente pagando para aprender? Pedem inglês, mas como um universitário que muitas vezes mal tem 1 folga no trabalho por semana, vai ter tempo (e dinheiro) para fazer inglês? Aliás...UNIVERSITÁRIO NÃO TEM DINHEIRO!!! E o pior..o extremo do pior...muito nem trabalham na área que estudam. Por que não querem? por que não procuram? Não...porque não CONSEGUEM TER OPORTUNIDADES!! É triste imaginar quantas pessoas já deixaram para trás seus sonhos, para fazer algum curso mais fácil e de rápida colocação no mercado. Ou pior, quantas pessoas já desistiram de estudar. Só quero deixar claro que não desisti do meu objetivo, e que estou trabalhando da maneira que posso no momento, para que ele se realize. Mas o caminho é difícil, e agora sonhar, só nas minhas poucas horas de sono.
domingo, 10 de outubro de 2010
Homens com alma de mulher
Eles são raros. Passam despercebidos e na maioria dos casos são julgados de forma errada. Impressionam e ao mesmo tempo assustam, afinal, isso não é “normal”. Mas o mundo seria muito melhor se existissem mais exemplares dessa natureza. São os homens com alma de mulher. Eles não são necessariamente homossexuais, pelo contrário, gostam muito de mulher. A diferença é que esses homens possuem aquela sensibilidade que só uma mulher possui, enxergam o mundo e as coisas com um pouco mais de sentimento do que os homens “comuns” e o principal: Não possuem vergonha de sentir. Talvez existam muito mais homens assim do que imaginamos, mas em nossa sociedade quadrada e hipócrita, os papéis precisam sempre estar muito bem definidos: Mulheres devem agir de maneira X, homens da maneira Y. Qualquer atitude que fuja desse padrão já é considerada uma “aberração”. O ser humano é muito mais complexo do que isso e a forma de sentir e enxergar as coisas jamais deveria ser definida pelo sexo de cada um. Um grande exemplo é o cantor Chico Buarque. Sua fama de descrever o sexo feminino com perfeição é conhecida pelas suas composições e entrevistas. Chico tem a alma de mulher, por isso diz com tanta propriedade sobre as mulheres, sobre os homens, relacionamentos e coisas do cotidiano e da vida. Deveríamos prestar um pouco mais atenção nas pessoas sem julgamentos, pois só assim todos nós mostraríamos realmente quem somos, e quem sabe, conheceríamos muitos mais “Chicos Buarque” ao longo de nossas vidas. É impossível dizer que não seria um privilégio.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Revistas semanais se reinventam para atingir novo público
Com o crescimento da classe média os veículos notaram a necessidade de sair do óbvio
A classe C tem uma revista semanal específica no país desde 1994 (Ana Maria), e com ela, as editoras perceberam que esse público não poderia receber as mesmas matérias longas que eram habituais. Esses leitores desejavam informação, porém de forma curta e completa. Sabendo disso, alguns veículos passaram a adotar uma linguagem mais específica: unindo imagens e textos que pudessem contextualizar e informar simultaneamente. Hoje, as revistas preocupam-se em satisfazer as expectativas da nova Classe C. Em palestra realizada na Universidade Nove de Julho, no último dia 24, a editora colaboradora da revista Ana Maria, Alexandra Gonsalez, explicou que “O jornalismo de classe C é tão bom quanto qualquer outro. A diferença é que ele possui uma linguagem mais acessível, mas a apuração e a qualidade de conteúdo é a mesma. Isso não muda”.
Nesse tipo de jornalismo, assim como a linguagem, a capa e a diagramação são muito importantes. A arte da revista vai de encontro com o que o leitor quer ler, funcionando como um suporte para o texto. As capas dividem espaço nas bancas com vários outros produtos como doces, cigarros, livros, entre outros, e chamar a atenção é um grande desafio para as revistas. Elas não podem ser apenas bonitas, precisam passar a mensagem de uma forma que atinja o maior público possível. Um exemplo é a revista Runners Brasil, especializada em corridas. As capas sempre trazem modelos desconhecidos, para que o leitor se enxergue naquelas pessoas e se motivem a praticar o esporte.
"Alexandra Gonsalez e Mauricio Barros, editor chefe da revista Runners”
A preocupação da revista Ana Maria, por sua vez, é sempre destacar as principais notícias com uma tarja amarela, e manter os destaques da edição sempre do lado direito. Isso porque o encarte culinário fica localizado no lado esquerdo, e muitas vezes as revistas são vendidas lacradas. Desta forma, as informações principais não ficam “escondidas” pelas receitas.
Com linguagem objetiva e direta, as revistas aceleraram as vendas. A Ana Maria, por exemplo, já distribui quase 290 mil exemplares por semana (sendo que a revista não tem assinatura). A Classe C sem dúvida é a maior consumidora de revistas hoje, e todo o esforço em mantê-la consumindo não será em vão.
A classe C tem uma revista semanal específica no país desde 1994 (Ana Maria), e com ela, as editoras perceberam que esse público não poderia receber as mesmas matérias longas que eram habituais. Esses leitores desejavam informação, porém de forma curta e completa. Sabendo disso, alguns veículos passaram a adotar uma linguagem mais específica: unindo imagens e textos que pudessem contextualizar e informar simultaneamente. Hoje, as revistas preocupam-se em satisfazer as expectativas da nova Classe C. Em palestra realizada na Universidade Nove de Julho, no último dia 24, a editora colaboradora da revista Ana Maria, Alexandra Gonsalez, explicou que “O jornalismo de classe C é tão bom quanto qualquer outro. A diferença é que ele possui uma linguagem mais acessível, mas a apuração e a qualidade de conteúdo é a mesma. Isso não muda”.
Nesse tipo de jornalismo, assim como a linguagem, a capa e a diagramação são muito importantes. A arte da revista vai de encontro com o que o leitor quer ler, funcionando como um suporte para o texto. As capas dividem espaço nas bancas com vários outros produtos como doces, cigarros, livros, entre outros, e chamar a atenção é um grande desafio para as revistas. Elas não podem ser apenas bonitas, precisam passar a mensagem de uma forma que atinja o maior público possível. Um exemplo é a revista Runners Brasil, especializada em corridas. As capas sempre trazem modelos desconhecidos, para que o leitor se enxergue naquelas pessoas e se motivem a praticar o esporte.
"Alexandra Gonsalez e Mauricio Barros, editor chefe da revista Runners”
A preocupação da revista Ana Maria, por sua vez, é sempre destacar as principais notícias com uma tarja amarela, e manter os destaques da edição sempre do lado direito. Isso porque o encarte culinário fica localizado no lado esquerdo, e muitas vezes as revistas são vendidas lacradas. Desta forma, as informações principais não ficam “escondidas” pelas receitas.
Com linguagem objetiva e direta, as revistas aceleraram as vendas. A Ana Maria, por exemplo, já distribui quase 290 mil exemplares por semana (sendo que a revista não tem assinatura). A Classe C sem dúvida é a maior consumidora de revistas hoje, e todo o esforço em mantê-la consumindo não será em vão.
* Escrito em parceria com Juliana Tavares e Aline Fonseca. Cobertura da semana de comunicação jornalística da Uninove. Outro textos sobre o evento no: http://www.redacao.natario.com/search/label/VG-A611
Os dois lados da mesma palavra
Palavras. A paixão de ambos. E talvez por isso faziam tanto o uso delas, e as usavam com a intensidade de quem só tem aquilo e precisa se doar através do que possui. Conversas únicas, em que as risadas e a imaginação eram as protagonistas. Muitas vezes estavam dispersos, pois seus mundos particulares eram grandes e necessitavam de mais atenção em alguns momentos. Mas quando alcançavam a mesma linha de pensamento, o que nem era tão difícil, iniciava-se o duelo de intenções, ambos com seus desejos e estratégias. Chegaram muito perto de abandonar as palavras e transformá-las em momentos, mas um dos lados era complicado. O outro lado, por sua vez, não tinha medo e sempre se arriscava em sua vida. Foi nesse ponto em que as palavras, apesar de importantes, necessitaram de algo mais para finalmente serem transformadas. Esse algo a mais cabia apenas a uma das partes, o que não era compreendido pelo outro, que aliás, achava que compreendia. Isso porque, apesar da paixão de ambos pelas palavras e significados, elas não pudessem sustentar a vida de fato.
sábado, 2 de outubro de 2010
A Paixão Segundo G.H. - Clarice Lispector
Clarice Lispector dispensa muitas apresentações. Nasceu na Ucrânia, mas se mudou para o Brasil ainda criança. Foi aqui que criou suas obras e sua história, e se tornou uma das maiores escritoras do Brasil. É também famosa por suas inúmeras frases e citações, que circulam na internet em perfis de orkut, twitter, facebook e blogs (inclusive nesse). Apesar disso, ela continua desconhecida para muitos leitores, pois muitos consideram a sua escrita hermética (que segundo o dicionário Michaelis, entre outros significados, quer dizer "De compreensão muito difícil"). Já havia lido alguns contos dela, e recentemente (finalmente) consegui ler uma de suas obras.
"A Paixão Segundo G.H" conta a história de uma mulher que após a demissão da empregada, resolve fazer uma grande arrumação na casa, começando justamente pelo quarto da ex criada. Ela imaginou que encontraria um quarto bagunçado e sujo, mas para sua surpresa, naquele quarto ela encontra coisas que jamais imaginaria. Na verdade o quarto é apenas uma referência, pois tudo se encontra dentro dela. Confesso que com certeza terei que ler o livro de novo, pois ele tem tantas nuances, sutilezas e detalhes que em uma única leitura fica impossível captar tudo. Tive que parar de ler várias vezes, porque em alguns momentos, o que estava escrito me fazia refletir tanto e olhar tanto para dentro que ás vezes eu pirava rs. Eu tenho uma visão muito particular sobre Clarice e ler esse livro me fez gostar ainda mais dela. Poderia ficar aqui escrevendo horas e horas sobre ela, mas claro que não vou fazer isso. Quem sabe um dia :)
Na abertura do livro, Clarice faz um pedido aos leitores da história. Na minha visão, todos que consideram Clarice Lispector "complicada", deveriam atender à esse pedido antes de ler qualquer obra dela. Pouparia muitas frustrações. Um trecho do pedido:
"Este livro é como um livro qualquer. Mas eu ficaria contente se fosse lido apenas por pessoas de alma já formada. Aquelas que sabem que a aproximação, do que quer que seja, se faz gradualmente e penosamente - atravessando inclusive o oposto daquilo de que se vai aproximar". C.L
Dito isso, recomendo muito Clarice Lispector e a "Paixão Segundo G.H".
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Não sei quantas almas tenho
Quando eu criei o blog, tinha como objetivo postar apenas textos escritos por mim. Mas eu leio e ouço tanta coisa boa por aí, que seria egoísmo da minha parte não compartilhar. Já tentei criar um blog apenas para isso, mas chega uma hora que não dá para administrar tantos blogs e pensamentos. O "foco" (se é que aqui tem isso) ainda será criar textos e divulgar minhas ideias, mas a partir de agora vou postar algumas músicas, poesias e coisas que me toquem. Espero que vcs gostem :)
E aproveitando o momento, gostaria de agradecer mais uma vez a Marcela Elizabeth, que publicou meu texto sobre a Revista Beleza em Curvas no blog dela. Muito obrigada mesmo :)
E para abrir esse novo "foco", Fernando Pessoa:
E aproveitando o momento, gostaria de agradecer mais uma vez a Marcela Elizabeth, que publicou meu texto sobre a Revista Beleza em Curvas no blog dela. Muito obrigada mesmo :)
E para abrir esse novo "foco", Fernando Pessoa:
Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo:
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa.
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo:
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa.
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