quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Revistas semanais se reinventam para atingir novo público

Com o crescimento da classe média os veículos notaram a necessidade de sair do óbvio


A classe C tem uma revista semanal específica no país desde 1994 (Ana Maria), e com ela, as editoras perceberam que esse público não poderia receber as mesmas matérias longas que eram habituais. Esses leitores desejavam informação, porém de forma curta e completa. Sabendo disso, alguns veículos passaram a adotar uma linguagem mais específica: unindo imagens e textos que pudessem contextualizar e informar simultaneamente. Hoje, as revistas preocupam-se em satisfazer as expectativas da nova Classe C. Em palestra realizada na Universidade Nove de Julho, no último dia 24, a editora colaboradora da revista Ana Maria, Alexandra Gonsalez, explicou que “O jornalismo de classe C é tão bom quanto qualquer outro. A diferença é que ele possui uma linguagem mais acessível, mas a apuração e a qualidade de conteúdo é a mesma. Isso não muda”.
Nesse tipo de jornalismo, assim como a linguagem, a capa e a diagramação são muito importantes. A arte da revista vai de encontro com o que o leitor quer ler, funcionando como um suporte para o texto. As capas dividem espaço nas bancas com vários outros produtos como doces, cigarros, livros, entre outros, e chamar a atenção é um grande desafio para as revistas. Elas não podem ser apenas bonitas, precisam passar a mensagem de uma forma que atinja o maior público possível. Um exemplo é a revista Runners Brasil, especializada em corridas. As capas sempre trazem modelos desconhecidos, para que o leitor se enxergue naquelas pessoas e se motivem a praticar o esporte.

"Alexandra Gonsalez e Mauricio Barros, editor chefe da revista Runners”

A preocupação da revista Ana Maria, por sua vez, é sempre destacar as principais notícias com uma tarja amarela, e manter os destaques da edição sempre do lado direito. Isso porque o encarte culinário fica localizado no lado esquerdo, e muitas vezes as revistas são vendidas lacradas. Desta forma, as informações principais não ficam “escondidas” pelas receitas.
Com linguagem objetiva e direta, as revistas aceleraram as vendas. A Ana Maria, por exemplo, já distribui quase 290 mil exemplares por semana (sendo que a revista não tem assinatura). A Classe C sem dúvida é a maior consumidora de revistas hoje, e todo o esforço em mantê-la consumindo não será em vão.
* Escrito em parceria com Juliana Tavares e Aline Fonseca. Cobertura da semana de comunicação jornalística da Uninove. Outro textos sobre o evento no: http://www.redacao.natario.com/search/label/VG-A611

2 comentários:

Marcos Vinicius Gomes disse...

Eu considero este mercado muito instável. Exceto no segmento de revistas femininas ou dirigidas a um público adolescente (que tende a diminuir devido ao pouco crescimento da população) o mercado editorial não está inovando. As revistas impressas de notícias estão um pouco saturadas, às vezes leio Época ou Veja (argh) mais por dever de ofício mesmo. E também algumas sobre filmes, livros, apesar de como ja´ter mencionado, são instáveis e os títulos 'dançam' de editora para editora...

ana disse...

Oi, vc notou que coloquei o endereço do seu blog no meu?beijos