Aqui estou mais uma vez, acordada na calada da noite, tentando respirar com o enorme vazio que está dentro do meu peito. Sou uma boneca de pano, cujo coração foi roubado e aprisionado em algum lugar perdido pela vida, minhas lágrimas escureceram meus lindos vestidos que agora passaram a ser mais escuros e pesados.
E pensar que eu já fui uma boneca feliz, que dava felicidade ao ser amado, e que lágrimas não faziam parte da minha vida, só achava que isso era para mostra felicidade. Me deparo agora com essa transformação em que nem eu sei como fui parar, foi tudo tão rápido e de repente que nem deu tempo para sentar e respirar. Quando ele foi embora, quando me deixou naquela escuridão vazia dizendo que não me amava, meu coração foi junto com ele, abriu a minha costura e enfiou a mão cheia de espinhos arrancando meu coração. Minhas pernas moles não sabiam mais andar, o caminho para a casa não foi algo tão simples, às vezes me pegava indo pro caminho errado voltando aquele lugar horrível aonde meu pobre coração foi arrancado e pisoteado.
Mas meu coração voltou para mim não intacto, veio remendado. Meu vestido o cobre, mas a única coisa que sinto ainda é dor. Meu coração triste de boneca não fora amado como queria, mas sim fui enganada, eu não tive o que sempre quis.
*Esse texto não é de minha autoria, foi escrito por Cristina do Valle Cruz :)
Imagem: http://marilustra.blogspot.com
domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 22 de maio de 2010
Olhe mais fundo
Solange pegava todos os dias o mesmo metrô, aproximadamente no mesmo horário, e ficava em pé no vagão sempre no mesmo local. Olhava sempre para frente, para a janela, onde via diariamente os mesmos prédios cinza, os carros parados no trânsito e as pessoas indo trabalhar.
Nesse dia, estranhamente o céu estava diferente. O azul se misturava com o amarelo do sol de tal forma, que até Solange percebeu. A luz penetrou a janela e refletiu em seu relógio, fazendo o reflexo passear por entre as pessoas que estavam ali. Ela acompanhou esse rápido movimento e se surpreendeu. A senhora sentada em sua frente estava cabisbaixa, tinha o olhar triste e distante, pensava em algo não muito agradável. O rapaz ao lado também tinha o mesmo olhar distante, mas sorria, mesmo estando naquele vagão abafado e barulhento. Estava feliz. Um homem estava com a namorada, observando ela falar sobre a amiga da amiga que ficou com o vizinho na balada. Apesar da mão colocada carinhosamente na cintura da moça, o olhar do rapaz viajava, e com certeza ele não vazia ideia do assunto daquela conversa. O reflexo percorreu várias pessoas e ela observou cada rosto, e como as pessoas pareciam falar apenas com seus olhos e expressões. Pela primeira vez, Solange percebeu quanta vida existia naquele vagão.
O dia seguiu, assim como a vida, e o céu nunca mais reproduziu aquela mesma cor, mas Solange nunca mais pegou o metrô olhando para aquela janela suja e cinza.
Nesse dia, estranhamente o céu estava diferente. O azul se misturava com o amarelo do sol de tal forma, que até Solange percebeu. A luz penetrou a janela e refletiu em seu relógio, fazendo o reflexo passear por entre as pessoas que estavam ali. Ela acompanhou esse rápido movimento e se surpreendeu. A senhora sentada em sua frente estava cabisbaixa, tinha o olhar triste e distante, pensava em algo não muito agradável. O rapaz ao lado também tinha o mesmo olhar distante, mas sorria, mesmo estando naquele vagão abafado e barulhento. Estava feliz. Um homem estava com a namorada, observando ela falar sobre a amiga da amiga que ficou com o vizinho na balada. Apesar da mão colocada carinhosamente na cintura da moça, o olhar do rapaz viajava, e com certeza ele não vazia ideia do assunto daquela conversa. O reflexo percorreu várias pessoas e ela observou cada rosto, e como as pessoas pareciam falar apenas com seus olhos e expressões. Pela primeira vez, Solange percebeu quanta vida existia naquele vagão.
O dia seguiu, assim como a vida, e o céu nunca mais reproduziu aquela mesma cor, mas Solange nunca mais pegou o metrô olhando para aquela janela suja e cinza.
sábado, 15 de maio de 2010
Lady Gaga
A cantora Lady Gaga é uma grande fenômeno da internet e seus clipes hoje figuram entre os mais vistos do youtube. Suas músicas e principalmente seu visual excêntrico chamam a atenção da mídia do mundo todo.
Eu particularmente não curto o estilo de música que ela produz, e portanto nunca me interessei por nada que viesse dela, mas como tudo que faz muito sucesso passa até cansar nas rádios e na TV, eu não consegui fugir.
Estava na lotação, indo para minha casa depois de um longo dia, assistindo TV no celular (olha que tecnologia), quando zapeando pelos canais me deparei com o clipe "Bad Romance". Como já citei, a música em si realmente não me chamou a atenção, o que realmente me surpreendeu foi o clipe. Eu, que adoro anos 80, curti muito os elementos extravagantes que ela usa no vídeo. A coreografia, o figurino, as cores, a história em si, enfim, não tem como negar: Lady Gaga é a cantora mais original da atualidade.
Digo isso não só pelo clipe, mas por suas atitudes. Como foi citado na matéria de capa da revista BRAVO! desse mês (o youtube sou eu), Gaga brinca com a opinião pública, pois uma hora aparece linda e sexy, outra hora aparece totalmente bizarra, com uma lagosta na cabeça (?)
Em um mundo da música cheio de Britneys, Mariahs e Avrils, que fazem sempre os mesmos tipos de música e clipes sem graça, Lady Gaga supera no que diz respeito a vontade de fazer algo diferente e de surpreender. E parece que vem dando muito certo.
sábado, 1 de maio de 2010
O melhor do Twitter
O twitter é uma das redes socias que mais crescem no mundo. Famosos e anônimos interagem, divulgam e trocam informações em tempo real, usando no máximo 140 caracteres. Existem os "tops do twitter", que são aquelas celebridades que possuem mais de 500.000 mil seguidores, como Marcelo Tas, Rafinha Bastos, Luciano Huck, Claudia Leite e etc. Mas também existe vida inteligente nos anônimos, como mostra o site "O melhor do twitter". Nele estão as melhores twitadas, de celebridades e anônimos, enviadas pelos próprios internautas. É uma ótima opção pra quem gosta de se divertir com as frases mais malucas do twitter, sem precisar seguir tanta gente. Escolhi algumas para vocês:
Queria ter a opção “parecer offline” quando estivesse andando na rua também. @aperteoalt
Aqui vai minha declaração pra Receita Federal: VAI SE FODER, RECEITA! @gravz
Pena que a rotina diária de ter que ganhar a vida tenha que te impedir de apreciar os momentos sublimes. @FrasesDoCalvin
Ainda bem que não preciso declarar imposto de renda, sobra mais tempo para carregar tijolos. @micaelsilva
Vale dar uma olhada e conferir as outras twitadas:
Humor do bem X humor do mal
Quem tem twitter já deve conhecer as tags #humordobem e #humordomal. Para quem não tem , uma rápida explicação: o apresentador Marcos Mion, na estréia do seu programa "Legendários”, anunciou que a proposta do programa seria diferente e que o humor utilizado não agrediria ninguém, ou seja, seria um “humor do bem”. Diante disso, os humoristas Danilo Gentili e Rafinha Bastos, conhecidos por suas piadas politicamente incorretas, começaram a postar piadas já conhecidas do público, mas adaptadas, como por exemplo:” Vc conhece o Mário? Aquele que te pegou em casa e levou na igreja p/ orar sem malícia, além de ensinar q fraternidade é preciso”, utilizando sempre no final a tag #humordobem. A afirmação de Marcos Mion foi considerada por muitos uma “alfinetada” na maneira como o humor é feito hoje no Brasil. Deixando de lado o passado “MTV” do apresentador, que por diversas vezes em sua carreira já utilizou o tipo de humor que ele hoje condena, eu pergunto: é possível existir um “humor do bem”?
Quando eu penso em “humor do bem”, a primeira coisa que vem na minha cabeça é o programa “Chaves”. As piadas eram simples, muitas vezes até inocentes, e muita gente ainda morre de rir mesmo assistindo durante anos os mesmo episódios (inclusive essa que vos escreve). Totalmente do bem, certo? Depende do ponto de vista. Chamar uma idosa que mora sozinha diariamente de “Bruxa do 71” não parece ser muito legal. E chamar um garoto que tem as bochechas levemente protuberantes de “bochechas de bulldog velho” é claramente um exemplo de Bullying. Então a conclusão é de que o Chaves é um programa totalmente #domal? Claro que não.
Eu usei esse exemplo tosco só para dizer que não existe um “humor do bem”. O que faz rir é sempre a “zoação”, o erro , a aparência, etc. O humorista não se preocupa se vai magoar alguém com a sua piada, e isso é compreensível. Cabe a cada um escolher o tipo de piada que incomoda e evitar, e se divertir com os outros tipos de piada. Se é com esse tipo de atitude que Marcos Mion quer revolucionar a TV brasileira, o nome do programa deveria mudar para “Missão impossível”.
Quando eu penso em “humor do bem”, a primeira coisa que vem na minha cabeça é o programa “Chaves”. As piadas eram simples, muitas vezes até inocentes, e muita gente ainda morre de rir mesmo assistindo durante anos os mesmo episódios (inclusive essa que vos escreve). Totalmente do bem, certo? Depende do ponto de vista. Chamar uma idosa que mora sozinha diariamente de “Bruxa do 71” não parece ser muito legal. E chamar um garoto que tem as bochechas levemente protuberantes de “bochechas de bulldog velho” é claramente um exemplo de Bullying. Então a conclusão é de que o Chaves é um programa totalmente #domal? Claro que não.
Eu usei esse exemplo tosco só para dizer que não existe um “humor do bem”. O que faz rir é sempre a “zoação”, o erro , a aparência, etc. O humorista não se preocupa se vai magoar alguém com a sua piada, e isso é compreensível. Cabe a cada um escolher o tipo de piada que incomoda e evitar, e se divertir com os outros tipos de piada. Se é com esse tipo de atitude que Marcos Mion quer revolucionar a TV brasileira, o nome do programa deveria mudar para “Missão impossível”.
Malhação e as novelas
Eu gostaria de fazer uma análise sobre todas as novelas da Globo, mas como infelizmente (ou felizmente) eu não tenho tempo de acompanhar todos os capítulos de todas as novelas, vou escrever sobre “Malhação”. Sinto-me mais a vontade para escrever sobre Malhação porque acho que assisti capítulos suficientes dessa temporada para formar uma opinião e, além disso, já assisti temporadas inteiras, e quem já assistiu sabe que não muda muita coisa.
Agora Malhação é “Malhação identidade”, uma forma de tentar inovar um pouco a fórmula tão desgastada. Temos lá o garoto rico que se apaixona pela garota pobre, os amigos encrenqueiros do garoto rico e os amigos super legais da garota pobre. Também tem os respectivos “rejeitados” pelo casalzinho, e a turminha formada pelo restante do elenco. Essa turma é formada pelo engraçadinho, pelo “lerdinho”, pela gordinha, pelo “pegador”, enfim, por todos os estereótipos de adolescente que se conhece.
Eu não quero acreditar que a mentalidade dos adolescentes de hoje se resume ao que é mostrado ali. E eu realmente não acredito. “Malhação” é o exemplo clássico de como as novelas criam estereótipos na sociedade a vários anos. E essa cultura é tão impregnada no brasileiro que as pessoas nem conseguem saber se as novelas se inspiram na vida real, ou se o brasileiro se inspira na novela. Mas, voltando a Malhação, agora existe uma campanha contra a ditadura da beleza, liderada pelas gordinhas do colégio. Chega a ser meio paradoxo, visto que todas as protagonistas de todas as temporadas eram magras e lindas. Outra novidade é a total conexão dos adolescentes com a tecnologia. Notebooks, Iphones, Ipod, Blogs, fóruns e afins, são todos muito comuns para todos os adolescentes da novela. Mas é fato que a realidade da maioria dos jovens hoje não é assim tão fácil, a ponto de dominarem e possuírem todas essas tecnologias.
Apesar de parecer o contrário, a novela não é um retrato do que acontece na sociedade, e sim um modelo de comportamento para as pessoas. Quantos hoje não tomam atitudes baseados no que aconteceu na novela? Cabe a cada um ter a consciência de quem a “vida real” é muito mais complexa e diversificada do que um simples roteiro de televisão.
Agora Malhação é “Malhação identidade”, uma forma de tentar inovar um pouco a fórmula tão desgastada. Temos lá o garoto rico que se apaixona pela garota pobre, os amigos encrenqueiros do garoto rico e os amigos super legais da garota pobre. Também tem os respectivos “rejeitados” pelo casalzinho, e a turminha formada pelo restante do elenco. Essa turma é formada pelo engraçadinho, pelo “lerdinho”, pela gordinha, pelo “pegador”, enfim, por todos os estereótipos de adolescente que se conhece.
Eu não quero acreditar que a mentalidade dos adolescentes de hoje se resume ao que é mostrado ali. E eu realmente não acredito. “Malhação” é o exemplo clássico de como as novelas criam estereótipos na sociedade a vários anos. E essa cultura é tão impregnada no brasileiro que as pessoas nem conseguem saber se as novelas se inspiram na vida real, ou se o brasileiro se inspira na novela. Mas, voltando a Malhação, agora existe uma campanha contra a ditadura da beleza, liderada pelas gordinhas do colégio. Chega a ser meio paradoxo, visto que todas as protagonistas de todas as temporadas eram magras e lindas. Outra novidade é a total conexão dos adolescentes com a tecnologia. Notebooks, Iphones, Ipod, Blogs, fóruns e afins, são todos muito comuns para todos os adolescentes da novela. Mas é fato que a realidade da maioria dos jovens hoje não é assim tão fácil, a ponto de dominarem e possuírem todas essas tecnologias.
Apesar de parecer o contrário, a novela não é um retrato do que acontece na sociedade, e sim um modelo de comportamento para as pessoas. Quantos hoje não tomam atitudes baseados no que aconteceu na novela? Cabe a cada um ter a consciência de quem a “vida real” é muito mais complexa e diversificada do que um simples roteiro de televisão.
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