Inspirada na minha amiga-prodígio Juliana, criei um portifólio online que está logo ali do lado. Ele será dedicado exclusivamente para as minhas matérias, textos e trabalhos da faculdade. Na verdade, todos os textos que estão nele estão publicados aqui no "buscando" também, mas ele tem uma entrevista que eu realizei para a matéria de linguagem radiofônica. Então, quem quiser ouvir minha linda voz, fique a vontade..rs.
Hoje eu vou deixar um trecho do poema "Tabacaria", de Álvaro de Campos. Ele é enorme e me identifico com muitas partes, mas hoje separei uma parte em especial. Quem quiser ler o poema inteiro, é só clicar aqui.
Tabacaria - Álvaro de Campos
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
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